Um surto de coronavírus afeta a rotina do Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. A situação epidemiológica da unidade prisional foi atestada pela Vigilância Sanitária, e à manhã de terça-feira (23), cinco bebês menores de um ano de idade e 15 mulheres estavam diagnosticados com a Covid-19 no presídio.
O número é principalmente alarmante frente à informação de que ali estão detidas duas dezenas de mulheres e acautelados seis bebês. Ou seja, de acordo com confirmação da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), apenas cinco mulheres não estão infectadas com o coronavírus no complexo penitenciário, bem como somente um bebê não está adoecido.
Além das mulheres privadas de liberdade e de suas crianças que foram diagnosticadas com a Covid-19, uma policial penal também está infectada e, segundo o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), a servidora cumpre período de isolamento domiciliar.Em relação ao estado de saúde das acauteladas e de seus bebês, o Estado informou apenas que estão assintomáticos ou apresentam sintomas leves da infecção por coronavírus. “As custodiadas e seus bebês cumprem, até o momento, período de quarentena da unidade prisional, acompanhadas pela equipe de saúde da unidade”, afirmou a Sejusp em nota na noite de terça-feira (23).Balanço feito nos últimos 12 meses, a partir do surgimento dos primeiros casos de coronavírus em Minas Gerais, indica que o Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade vive seu pior momento do início da pandemia para cá. Isto, pois, antes do surto detectado pela Vigilância Sanitária de Vespasiano, apenas quatro mulheres e um bebê haviam sido diagnosticados com a doença. “Até o momento, foram diagnosticados 19 detentas, 6 bebês e 14 policiais penais com Covid-19 desde o início da pandemia”, declarou o órgão de segurança em nota. Com o surto, foi suspensa a admissão de outras mulheres.Situação médicaQuestionada sobre ausência de equipe médica na unidade prisional, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública declarou que, atualmente, duas enfermeiras e duas técnicas de enfermagem estão lotadas no presídio em ritmo de escala. Entretanto, em relação à presença de médicos, o órgão declarou que presas começaram a receber visitas diárias apenas a partir da última segunda-feira (22).“Foi acordado entre as secretarias municipal e Estado de Saúde a cessão de médicos do município para acompanhar as internas. O acordo foi firmado nesse sábado e, desde segunda-feira, as presas estão recebendo as visitas médicas diariamente. Antes disso, eram monitoradas por uma médica servidora da própria unidade”, esclareceu o Departamento Penitenciário