Outro agente foi vítima, desta vez em Belém, no bairro do Telégrafo. Bandidos tentaram invadir a casa dele. Estado registra sete mortes em 2021, diz sindicato.
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Mais um agente penitenciário sofreu tentativa de atentado em Belém na tarde desta terça (13). Bandidos tentaram invadir a casa da vítima no bairro do Telégrafo, nas proximidades do Canal do Galo. A casa foi alvo de tiros, mas ninguém conseguiu entrar. Ele e o filho estavam no local e tiveram de mudar de endereço, segundo a Polícia Civil.
Em quatro dias, a região metropolitana de Belém registrou seis ataques a agentes de segurança pública. Dois foram mortos. Somente este ano, já foram registrados sete mortes de agentes em todo o estado, segundo o Sindicato de Policiais Penais do Pará. O número de atentados ainda não foi confirmado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Sobre os atentados, o secretário de Segurança Pública (Segup), Ualama Machado, diz que o serviço de inteligência já havia detectado possíveis novos ataques a agentes. “A inteligência sempre detecta essas tentativas de ações e agentes e órgãos são alertados para que melhorarem cada vez mais a precaução e o sistema de defesa para que possam evitar (esses ataques)”.
Como resposta aos ataques, a Seap resolveu suspender as visitas por trinta dias nos presídios. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado.
O presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Andrey Tito, afirma que os ataques são contra o Estado. “A categoria está sendo atacada, de forma específica, mostrando que também é um ataque ao Estado, porque nós representamos o Estado nos presídios”.
A categoria afirma que os atentados são uma forma das facções pressionarem o governo a relaxar as medidas repressivas implantadas dentro dos presídios desde 2019, com apoio da Força Nacional de Segurança. O reforço foi adotado após a rebelião em Altamira, que deixou 62 mortos. “Nosso maior medo é que isso não cesse. Os órgãos de segurança precisam encontrar uma solução para isso”, afirma Tito.
Sobre o caso do Telégrafo, a Polícia Civil disse que órgãos do sistema de segurança pública estão fazendo diligências na área para identificar e prender os suspeitos. Até então, ninguém foi preso.
Casos
No sábado (11), o policial penal Wellington Claudio Lima foi executado a tiros dentro da própria casa no conjunto Grajaú, bairro do Icuí-Guajará em Ananindeua. Dois suspeitos invadiram a casa dele, quando voltava com a família de um shopping. Ele morreu no local do crime.
Já no domingo à noite, outro atentado foi registrado no bairro de Fátima. A vítima não foi identificada.
Na manhã de segunda, outra tentativa foi registrada no bairro do Tapanã. A vítima foi baleada. Pela tarde, um suspeito foi morto em ação policial no bairro.
À noite, um subtenente da Polícia Militar sofreu um atentado no bairro do Telégrafo, em Belém, quando reagiu a um assalto e atingiu os suspeitos com tiros. Em ataque simultâneo, um sargento da Polícia Militar, cedido ao sistema penitenciário, foi morto em Marituba, nas proximidades da escola João Amilton Dantas.
O caso da noite de segunda, no Telégrafo, o secretário de Segurança Pública (Segup), Ualame Machado, diz que não está relacionado com a onda de violência contra agentes. “Foi um roubo comum. Um policial da reserva revidou e matou um dos bandidos, ferindo outro, inclusive a arma que eles estavam usando no crime era um simulacro”.
A Polícia Civil emitiu uma nota pedindo que informações que possam ajudar nas investigações sejam repassadas às autoridades pelo Disque-Denúncia (181), ao Centro Integrado de Operações – Ciop (190) ou por atendente virtual no número (91) 98115-9181.