Investigador foi transferido duas vezes de delegacia
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concedeu licença médica de 2 meses para um investigador que é alvo de investigação por assédio moral e sexual à escrivã Rafaela Drumond, encontrada morta no mês de junho. De acordo com a publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (18 de julho), a licença médica iniciou em 4 de julho.
O início do afastamento do investigador ocorreu antes da segunda transferência de delegacia. Na semana passada, ele e o delegado, que também é investigado no caso, foram transferidos mais uma vez.
Após saírem de Carandaí, onde trabalhavam juntos e com Rafaela Drummond, os investigados foram transferidos para Conselheiro Lafaiete. Cerca de 20 dias depois, o delegado foi para a unidade de Belo Vale, enquanto o investigador foi lotado na delegacia de Congonhas, ambas na região Central de Minas Gerais. As últimas mudanças seguiram uma determinação do Conselho Superior da PCMG. A decisão entendeu necessária a transferência por “interesse do serviço policial”, após comprovar a “necessidade, por ato fundamentado”. A reportagem solicitou acesso ao documento que determinou as mudanças, o que foi negado pela Polícia Civil.
Procurada sobre o afastamento do investigador, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que, devido ao Código de Ética Médica, não informa os motivos da concessão de licença para tratamento de saúde dos servidores.
Investigação
Em pronunciamento da Polícia Civil de Minas Gerais, realizado no dia 15 de junho, o delegado Alexsander Soares Diniz, titular na Delegacia de Barbacena responsável por conduzir a investigação até a data, afirmou que não existiam registros formais referentes a casos de assédio moral na região. No entanto, as investigações são conduzidas com o objetivo de identificar se esses episódios de violência foram relatados em alguma oportunidade.
“Não chegou nenhuma reclamação formal ao meu conhecimento, mas o inquérito policial verifica isso. Se houve algo e em que consistia essa denúncia”, disse o delegado, que afirmou que a investigação ocorre de forma isenta e profissional. “A minha gestão é de portas abertas. Temos hierarquia e disciplina em que temos que obedecer algumas regras. Mas sempre estive disponível aos policiais”, garantiu.
Até a data do pronunciamento, seis dias após a morte da escrivã, nenhum servidor havia sido afastado suspeito de assediar a escrivã. No entanto, materiais foram apreendidos, como o celular dela, e diligências foram realizadas na cidade de Carandaí, onde Rafaela Drumond atuava.
“Temos que pensar antes de afastar alguém. Um mero afastamento sem lastro legal pode ser judicializado. O inquérito policial irá chegar nessa resposta no tempo certo. Tudo isso é feito por etapas”, justificou na ocasião.
Fonte: https://www.otempo.com.br/cidades/servidor-investigado-em-morte-da-escriva-rafaela-pede-licenca-medica-de-2-meses-1.3053324