Informações foram repassadas pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25); o homem foi preso nesta quinta-feira (24)
Condenado a 43 anos, seis meses e 10 dias de reclusão, um homem de 37 anos foi preso nessa quinta-feira (25 de agosto), depois de cometer estupro de vulnerável contra, pelo menos, cinco meninos cegos com idades entre 10 e 13 anos, à época dos fatos, em 2015.
“A denúncia foi feita pelas próprias vítimas, que contaram às suas mães sobre os crimes, e essas, por sua vez, buscaram a delegacia. Esse homem atuava como supervisor pedagógico de uma escola estadual de pessoas deficientes visuais, e se aproveitou dessa condição para comentar os abusos”, comentou a delegada responsável pelas investigações, Thais Degani, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depcad).
A forma de agir, segundo a delegada, era sempre a mesma. “Ele ajudava os meninos a saírem da piscina, a ir até o vestiário e outras ajudas, que eram os momentos que eles abusavam das vítimas”, acrescentou.
Em 2016, a delegada pediu pela prisão temporária dele e em 2020 ele foi julgado e condenado pela justiça pelo crime de estupro de vulnerável. Desde a condenação, contudo, ele permaneceu foragido da Justiça, mas, com serviços de inteligência e apoio da Polícia Federal, conseguiram efetuar a prisão.
“Ele foi preso na casa onde estava morando, no Jardim Felicidade, na região Norte de Belo Horizonte. Ele não resistiu à prisão e pediu para falar com a mãe e com o pastor da igreja que frequentava”, informou o delegado Evandro Radaelli. De acordo com o delegado, esse homem mudava constantemente de endereços e contava com apoio da mãe e outras pessoas para se esconder.
Segundo informações obtidas pela reportagem de O TEMPO, uma dessas pessoas que já teriam prestado auxílio para o condenado, à época ainda considerada suspeito, em 2016, foi o ex-ator e ex-pastor Guilherme de Pádua, que faleceu no começo deste ano.
Condenado oferecia doces a crianças para fazê-las de vítimas
Sem emprego formal, o homem atualmente vivia com a renda da venda de doces por delivery, porém, segundo a Polícia Civil, ele já usava desses produtos para atrair as crianças e ganhar a confiança delas. “Ele presenteava as crianças com balas, pirulitos e assim se tornava mais próximo deles”, disse.
Por meio de nota, a Secretaria de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) informou que o homem atuou como supervisor pedagógico no Instituto São Rafael, de forma temporária, entre agosto e dezembro de 2015, e desde então não integra o quadro da instituição de ensino.
A SEE disse ainda, que à época, a instituição de ensino prestou todo o apoio e acolhimento às vítimas e aos familiares com a assistência de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional em trabalho realizado juntamente à direção e professores.
O homem foi levado ao presídio de Ribeirão das Neves, onde vai cumprir a pena.
FONTE: https://www.otempo.com.br/cidades/professor-que-estuprou-criancas-cegas-oferecia-doces-e-fugia-com-a-ajuda-da-mae-1.3220837