Em júri popular, que terminou na madrugada desta quarta-feira (23/2), no Fórum de Montes Claros, foi condenado a 37 anos de prisão em regime fechado o policial penal Luiz Fernando Figueiredo Aquino, acusado da morte do estudante de direito Vinícius Afonso Silva Cordeiro, de 23 anos. O crime ocorreu durante uma confusão em uma casa de festas na cidade do Norte de Minas, em abril de 2016, e teve grande repercussão.
O policial penal foi condenado pelo assassinato do universitário (que levou cinco tiros) e pela tentativa de homicídio contra três jovens feridos com os disparos feitos por ele durante a confusão na festa: Tarcísio Martins Silva (atingido no braço direito), Vitor Almeida Vieira (baleado na mão esquerda) e Anne Caroline de Miranda Pinho (ferida com um tiro de raspão e com estilhaços).
A sentença foi lida à 0h30 desta quarta-feira pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, Geraldo Andersen de Quadros Fernandes, depois de 16 horas de julgamento. O advogado do réu, João Ricardo Batista de Oliveira, alegou que Luiz Fernando agiu em legítima defesa, sendo confrontado pela promotora Thalita da Silva Coelho.Continua depois da publicidade
O argumento não foi considerado pelos sete jurados, que reconheceram a materialidade e a autoria do homicídio, com as qualificadoras de motivo fútil, uso de meio que resultou em perigo comum e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Continue sempre bem informado.Assine o Estado de MinasO réu foi condenado a 18 anos por homicídio consumado e mais 19 anos pelas três tentativas de homicídio. O policial penal foi levado de volta para o Presídio de Bocaiúva, na mesma região, onde já estava recolhido preventivamente.
Durante a sessão do júri, familiares de Vinicius Cordeiro fizeram uma manifestação em frente ao fórum, pedindo justiça. Eles exibiram faixas e cartazes.
O pai do estudante de Direito, o contador José Afonso Gomes Cordeiro, também acompanhou o julgamento o tempo todo, disse que a família se sente aliviada com a condenação do policial penal. Porém, a tristeza causada pela morte do seu filho jamais será eliminada.
“Ficamos satisfeitos com o resultado do julgamento. Ao mesmo tempo, também ficamos tristes porque sabemos que a condenação não vai trazer o meu filho de volta. Mas pelo menos a justiça dos homens foi feita”, afirmou o contador.
José Afonso declarou ainda que estava com “receio” de que o policial penal não fosse condenado por causa da estratégia da defesa. “Ficamos aliviados com a condenação. Ele (o réu) acabou com uma vida, mas também ficou sem a vida porque um homem sem liberdade não tem história”, disse o pai do universitário assassinado.
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