“A confusão teria começado por que o policial civil discutiu com uma mulher no bar do Serra; ele fugiu, bateu o carro contra um muro e atirou contra uma viatura“
Um investigador da Polícia Civil, de 36 anos, matou a mulher no Bolota’s bar, na rua Capivari, no bairro Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (9). Vinícius Oliveira da Silveira fugiu do local, foi perseguido pela Polícia Militar, bateu o carro, trocou tiros com os militares, foi baleado e morreu.
De acordo com a Polícia Militar, após uma discussão entre o casal, o suspeito deu três tiros na mulher no bar, pegou o carro, um Honda Civic preto, e saiu em alta velocidade. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Após o crime, a Polícia Militar foi acionada.
Uma viatura perseguiu o suspeito que atirou contra a guarnição e continuou fugindo. Depois, o investigador perdeu o controle do carro e bateu em um muro na avenida do Contorno com rua Juiz da Costa Val, no bairro Santa Efigênia, na mesma região. Mesmo após o acidente, ele desceu do veículo e atirou contra os militares que estavam em uma viatura. Houve troca de tiros e o policial civil foi baleado. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu e morreu.
“A Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência da Lei Maria da Penha, onde o marido tinha matado a mulher em um boteco próximo a Serra. Quando a PM chegou, foram passadas as características do veículo. Pessoal do 22º Batalhão da PM conseguiu encontrar e fazer a abordagem. O condutor atirou nos policiais, que conseguiram se proteger, houve uma troca de tiros. Os policiais avisaram no rádio sobre o ocorrido, e o pessoal do Batalhão Rotam (Rondas Táticas Metropolitana) conseguiu também fazer a abordagem do suspeito, que atirou novamente. Um nova troca de tiros aconteceu. Os militares vêem que o policial civil foi atingido, e ele morre”, explicou o major Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da Polícia Militar.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que “a equipe de plantão do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) esteve na av. do Contorno, onde houve o acidente de carro envolvendo o policial civil e a troca de tiros e segue para o bar, no bairro Serra, onde uma mulher foi morta. Um outro policial faz os levantamentos no HPS João 23, para onde o investigador foi socorrido. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu. A perícia foi acionada para comparecer tanto no bar, quanto no local do acidente onde, de acordo com as primeiras informações, houve a troca de tiros, na avenida do Contorno. Outras informações serão divulgadas em momento oportuno”.
A reportagem de O TEMPO tentou contato com o bar onde ocorreu o crime, mas as ligações não foram atendidas. Ainda não as idades do casal e nem a identidade da mulher. A motivação para a briga entre o casal será apurada com testemunhas.
Suspeito já tinha agredido a mulher em junho
A reportagem de O TEMPO apurou que o suspeito já tinha agredido a mulher em junho deste ano. A mulher de 40 anos fez um registro na Polícia Militar dizendo que foi ameaçada pelo companheiro na casa do sogro. Na versão dela, após uma discussão, o policial civil tentou enforcá-la e deu uma mordida em seu nariz.
Ela disse que gritou por socorro e que o sogro ajudou a apartar as agressões. Na época ela foi ameaçada de morte pelo suspeito que disse que não tinha nada a perder e que daria dois tiros no rosto dela. A mulher saiu da casa, foi a polícia e pediu medida protetiva, além de fazer um exame de corpo e delito. Na época a mulher informou que o casal tinha um filho de 3 anos.