Megaoperação tenta desarticular esquema do PCC em Uberlândia
Um esquema organizado, dividido em núcleos, com funções definidas e investimentos em diferentes negócios, como apostas em jogos de futebol. Esta é parte da estrutura coordenada por membros do Primeiro Comando da Capital de dentro do presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrada nesta quinta-feira mira 116 membros da facção paulista. O grupo planejava matar até um policial penal.
“A partir da prova documental colhida e extração dos aparelhos celulares, descobriu-se que a organização criminosa contava com o rígido controle dos faccionados, através da denominação cara-chachá, com menção ao nome do integrante; data de nascimento; idade; (4) nome da mãe; data e local do batismo; vulgo de batismo; origem da quebrada (com controle inclusive se proveniente de outro estado); as funções ocupadas; o presídio onde o faccionado encontra-se recluso; se possui dívida com a ‘família’ (PCC); se foi punido pela facção em alguma oportunidade; posto atual”, explica o texto.
A investigação do Gaeco identificou que os criminosos vendiam drogas, alugavam quadras de futebol e até apostavam em partidas de futebol. Os faccionados eram divididos em núcleos, os quais servem para distribuir as tarefas e permitir que os integrantes que atuam na disciplina possam acompanhar os andamentos dos trabalhos da organização criminosa.
“A organização utiliza essas práticas como formas de consolidar seu poder dentro do sistema prisional, criando uma economia paralela que beneficia seus interesses”.
Os mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos nos bairros Canaã, Laranjeiras, Integração, Morumbi, Alvorada, Shopping Park, além das cidades de Tupaciguara e Ituiutaba e vários presídios de Minas e do Estado de São Paulo.
Quatro promotores de Justiça; dois delegados, 20 policiais civis, 30 militares e 21 agentes do Gaeco participam da ação, que tem apoio da Polícia Penal. A operação contou com um helicóptero e 27 viaturas.
Veja os núcleos do PCC dentro do presídio:
Esporte; Tabacaria; Caixa do jogo do Bicho; Jet Geral Financeiro; Arquivo morto; Disciplina;
Cadastro; Lista Negra; Trivela; Jet Geral da Unidade; Papelaria; 12) Jet do Pavilhão; 13) Geral do Cadastro; 14) Geral do Cadastro; Trabalho da Sintonia; Apoiadores; Comunicador; Salveiro; Jet Pavilhão da Financeira; 20) Sem Paula; Setor Gaiola; Kaô e Almoxarifado.
“Importante destacar que o entorpecente é utilizado, no interior do presídio Professor Jacy de Assis, como moeda, uma espécie de câmbio local, o que se verifica em todas as frentes de atuação do ‘comando’, como quadros de ‘esporte’, ‘apostas das partidas e jogo do bicho’, ‘papelaria’ e até mesmo ‘cadastros’. Assim toda dívida criada pelo comando era convertida primeiro em droga e, após, em moeda real”, destaca a nota do Gaeco.