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Mulher é promovida por ato de bravura pela primeira vez na história da Corporação

por AMAFMG Agentes Fortes

A história do CBMMG é marcada por 109 anos de atos de heroísmo e abnegação em favor do próximo. Nesse cenário, não são poucas as ações que extrapolam os patamares convencionais de comprometimento e sacrifício para que pessoas pudessem ser salvas.

O maior reconhecimento que um militar pode receber em função de uma ação exitosa é a denominada “promoção por ato de bravura”. É a forma suprema de aclamar o militar que, de maneira consciente e voluntária, com evidente risco à vida, tenha praticado ação cujo mérito transcenda em valor, audácia e coragem. A concessão desse tipo de reconhecimento é tão singular que, em um universo aproximado de 6 mil integrantes, costumam ocorrer, em média, apenas duas promoções desse tipo por ano.

Ainda nesse contexto, é sabido que, de modo geral, as mulheres ainda são minoria nas corporações militares. Mas esse panorama vem mudando ao longo dos anos pelo próprio empenho das mulheres em lutar por seus direitos e também pelas demonstrações incontestáveis de sua força e competência nas diversas áreas.

Nesse contexto, pela primeira vez na história do CBMMG, o nome de uma mulher figurou na lista de promovidos por ato de bravura, divulgada essa semana. A cabo Annie Caroline Praça Arcanjo foi promovida a 3º sargento em razão de um salvamento realizado no início do ano, durante as intensas chuvas na cidade de Raposos, região metropolitana de Belo Horizonte.

Diante do caos que se instalou na cidade de Raposos, em decorrência das fortes chuvas, no dia 24 de janeiro de 2020, a militar que estava de folga e com a ajuda do pai, que é capitão da reserva, atuou corajosamente no salvamento de seis pessoas que ficaram ilhadas no terraço de uma casa, correndo risco de morrerem, em decorrência da inundação que atingiu a região. Com a utilização de um colchão inflável, as seis pessoas foram resgatadas com vida, incluindo uma pessoa acamada, devido à cirurgia recente, e um cadeirante, em uma ação que colocou em risco a própria vida da militar.

Annie,  que na época era lotada no 1º Batalhão de Bombeiros Militar (1ºBBM), abriu mão de sua folga e de seu conforto, cumpriu cabalmente a missão constitucional do CBMMG, arriscando sua vida em prol do seu semelhante e enchendo de orgulho a corporação da qual ela faz parte. Seu ato de bravura em demonstrar capacidade de se sacrificar em prol da vida alheia, rendeu-lhe a mais importante promoção concedida por uma instituição militar.

A atuação de Annie reverbera o pioneirismo feminino e a conquista das mulheres por espaços cada vez mais importantes no enfrentamento ao sexismo e outros desafios a serem superados nos diversos âmbitos sociais. Além disso, mostra também o merecido reconhecimento que a Corporação presta aos seus integrantes, sem distinções de qualquer natureza e a necessária e urgente evolução que a sociedade vivencia, objetivando uma sociedade mais justa e igualitária.

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