A Justiça de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, começa a ouvir, nesta segunda-feira (31), os presos de uma operação que desarticulou um esquema de corrupção dentro da Penitenciária Nelson Hungria, localizada na cidade da Grande BH. As audiências de instrução para ouvir testemunhas do caso acontecem durante toda a semana no Fórum de Contagem.
A Operação Alegria prendeu 29 pessoas em outubro do ano passado. Apesar de ser considerada de segurança máxima, a Penitenciária Nelson Hungria era conhecida como “Nelson Alegria”, graças a um esquema de pagamento de propina para que detentos fossem transferidos de pavilhão e pudessem ter acesso a celulares e drogas.
Na ocasião, o então diretor da penitenciária, Rodrigo Malaquias, foi algemado e preso. Um delegado da Polícia Civil, quatro agentes penitenciários e um grupo de delegados também foram presos por possível participação no esquema.
Investigações
De acordo com as investigações, um grupo criminoso comandado por servidores públicos e advogados negociava a venda de vagas em unidades prisionais do Estado e benefícios. Detentos de alta periculosidade eram transferidos indevidamente de unidade, após um pagamento repartido entre os líderes da organização crimonosa. Os detentos também eram colocados em alas com benefícios que não teriam direito diante das normas penais.
De acordo com a PF, foram identificados “inúmeros” eventos de corrupção praticados pela organização criminosa, envolvendo, principalmente, a Penitenciaria Nelson Hungria, em Contagem, e o Presídio José Marial Alckimim, em Ribeirão das Neves, ambas na Grande BH.