Vinte e seis integrantes de uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas, homicídios e danos ao patrimônio, como queima de ônibus, começaram a ser ouvidos nesta segunda-feira (26) no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O processo corre em segredo e envolve 28 réus – sendo que dois estão foragidos –, conforme a Justiça.
As audiências de instrução e julgamento tiveram início por volta das 12h, e os interrogatórios devem durar até sexta-feira (30). Cada integrante será ouvido individualmente, na presença da defesa ou Defensoria Pública e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Há previsão também de oitiva de testemunhas.
Comboio traz réus que serão interrogados sob forte escolta policial — Foto: Flávia Cristini/G1
Um forte esquema de segurança foi montado dentro e no entorno do prédio para o período das audiências. Segundo o fórum, cerca de 260 policiais militares estão envolvidos, incluindo o batalhão de trânsito, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e o de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) com o apoio de helicóptero.
Um comboio trazendo os 26 réus chegou ao fórum por volta das 11h, escoltado por viaturas e policiais altamente armados. O Batalhão de Choque já aguardava em uma das laterais do prédio, onde Polícia Militar montou um posto de comando. A Rua Ouro Preto foi bloqueada para trânsito e há policiais posicionados em pontos estratégicos do lado de fora.
“Desde a semana passada, a Polícia Militar vem trabalhando com ações antecipatórias. Agora, estamos com escolta, helicóptero, drones, exatamente para garantir que haja tranquilidade. A inteligência está monitorando qualquer processo de comunicação que possa trazer avaliação de riscos”, disse o major Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar (PM).
Outras audiências já agendadas serão mantidas ao longo da semana.
Policiais militares do Batalhão de Choque se posicionaram em frente ao Fórum Lafayette. — Foto: Flávia Cristini/G1
Ataques
No meio do ano, houve uma onda de ataques a coletivos e locais públicos em Minas Gerais, e o governador Fernando Pimentel (PT), associou os ataques à organização criminosa.
Foram mais de 100 ataques, incluindo mais de 70 ônibus incendiados. À época, cerca de 120 suspeitos envolvimento em queima de ônibus chegaram a ser presos, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Onda de ataques a ônibus em meados de 2018 em Minas foi atribuída a facção criminosa — Foto: Reprodução/TV Globo