Ministro da Segurança Pública apresentou dados sobre prisões no país. População carcerária cresce 8,3% ao ano e deve dobrar até 2025, segundo o governo.
O Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta sexta-feira (20) que o país “caminha para se tornar refém do sistema carcerário”.
Jungmann deu a declaração durante evento em que apresentou dados sobre a situação das prisões no Brasil.
Segundo o ministro, a população carcerária do Brasil cresce 8,3% ao ano. Nesse ritmo, de acordo com ele, até 2025 serão mais de 1,4 milhão de presos, uma população maior do que a das cidades de Goiânia e Belém.
“O Brasil caminha para se tornar prisioneiro, para se tornar refém do seu sistema prisional, do seu sistema penitenciário”, disse Jungmann.
“Eu sei que essa é uma frase muito dura para se dizer, mas essa é a verdade”, completou.
Jungmann afirmou que para absorver o crescimento da população carcerária, o sistema prisional deveria investir R$ 25 bilhões em sete anos.
Hoje, o país tem mais de 700 mil presos e deve fechar o ano de 2018 com 841 mil presos, segundo o governo. Além disso, há mais de 500 mil mandados de prisão em aberto, que ainda não foram cumpridos.
O déficit de vagas com base na população encarcerada hoje é de 358 mil, o que representa uma superlotação de 200% nas penitenciárias federais e estaduais.
Segundo o ministro, cerca de 60% dos presos foram presos em flagrante, por crimes como o pequeno tráfico de drogas, roubos e furtos.
“Temos uma produtividade muito mais centrada no flagrante do que na inteligência. É o flagrante de rua o que nós temos (…) O impacto disso aí [na segurança pública], sem sombra de dúvidas, existe. Mas para a grande criminalidade, não são tão relevantes assim”, afirmou Jungmann.