Insultos aconteceram na unidade prisional após suspeito tentar passar um bilhete para um detento
Um advogado de 46 anos foi preso, nessa quinta-feira (6), após insultar policiais penais dentro do Ceresp Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte. A confusão aconteceu durante uma visita a um detento.
De acordo com o registro policial, no atendimento ao cliente, o defensor teria solicitado que ele escrevesse uma carta para a família, o que contraria as normas de segurança da unidade.
Ao ser alertado pelo policial penal, o advogado puxou o papel por baixo do vidro afirmando que “não tinha nada disso e que ele mesmo escreveria a carta”. Como o defensor estava exaltado, a visita foi encerrada e, nesse momento, teria começado uma sequência de xingamentos.
Conforme o boletim de ocorrência, o advogado teria mandado o agente penitenciário “tomar no c*”. Em seguida, o homem chamou uma outra agente de “vagabunda, filha da p* igual ao colega dela” e que chamaria a polícia.
Posteriormente, o advogado saiu correndo pela rampa da unidade prisional e, se dirigindo ao primeiro agente, gritou “preto, filho da p*. Vai tomar no c*”.
“Não posso ser preso. Sou advogado”, teria dito o homem.
Ainda conforme o registro, o homem disse que “não poderia ser preso por ser advogado” e que “fora do sistema prisional os policiais penais não eram nada, e ele era advogado”. Além disso, “se tivessem estudado, eles não seriam agentes”.
O homem foi algemado e encaminhado à Delegacia de Plantão 3 (Deplan). Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram acionados.
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen MG), informou que o advogado foi preso em flagrante por desacato à autoridade após tentar passar um bilhete para um preso e desacatar vários policiais penais ao ser alertado sobre a infração.
Segundo a secretaria, foi feito um Registro de Evento de Defesa Social (Reds) e o advogado foi encaminhado para a Central de Flagrantes do Barreiro.
“A Sejusp ressalta que não compactua com o comportamento e atitudes do profissional e que as suas unidades prisionais possuem relações estreitas e de parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil, sempre prezando pelo melhor atendimento aos profissionais do Direito”, diz a nota.”
A Polícia Civil informou que os envolvidos prestaram depoimentos e foi instaurado um procedimento para apurar o caso. O suspeito, acusado de desacato e injúria racial, foi liberado. As investigações seguem na 1ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato pelo telefone fixo da ordem, mas foi informada pelo porteiro de que o atendimento ainda não havia começado.