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Advogada defende participação da categoria em investigações policiais

por AMAFMG Agentes Fortes

Especialista acredita que participação de advogados na apuração dos casos pode amenizar falta de investimentos no trabalho investigativo

“A minha crítica não é aos policiais, acredito em muitos deles, mas a falta de uma vontade política de se investir em uma investigação efetiva. O Brasil não consegue apurar 10% da autoria dos crimes de homicídios”. A denúncia é da advogada criminalista Carla Silene e foi feita em entrevista ao jornalista Laudívio Carvalho durante o programa Patrulha da Cidade, da rádio Super FM 91.7, nesta sexta-feira (2). 

A especialista aponta a investigação defensiva, que consiste na prática que busca a obtenção de provas para a resolução mais rápida e eficaz de determinados casos, como uma alternativa a essa realidade. Ela sugere a participação dos advogados introduzindo e requisitando provas durante a fase investigativa. Essa possibilidade está em estudo pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a categoria se movimenta para que isso se torne lei. “A gente só ganha credibilidade na Justiça quando a gente pensa que a polícia vai dar resposta para a sociedade”, argumenta. 

Para a advogada, o país está atrasado em relação ao processo de investigação que é feito em países como Alemanha, Espanha, Itália e Portugal. “A polícia investigava não cresce igual à Polícia Militar, por exemplo, que é uma polícia preventiva. Ela precisa de mais investimentos, de mais pessoas e de capacitação”, sugere a especialista que participou de um encontro internacional que reuniu representantes destes países.

Silene cobra também uma maior quantidade de recursos para que as autoridades responsáveis pela investigação consigam dar um desfecho para os diversos crimes. “O que nós percebemos em outros países é um grande uso da tecnologia, algo que não é nossa realidade. A investigação não precisa necessariamente encontrar o acusado, mas pode dizer que a pessoa não é responsável pelo crime”, aponta. 

A especialista indica ainda que a falta de estrutura sobrecarrega as instituições e muitas das vezes leva os suspeitos e as vítimas a aceitarem acordos para evitar o trâmite na Justiça. “Muitas vezes as pessoas aceitam  essas condições porque não tem como enfrentar o processo. E isso também é um ponto de angústia no trabalho da Polícia. Esses agentes chegam a situações extremas precisando desenvolver táticas próprias e que muitas vezes não caminham de acordo com a lei”, destaca.

Fonte: https://www.otempo.com.br/cidades/advogada-defende-participacao-da-categoria-em-investigacoes-policiais-1.2823488

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